Dilma e Lula |
Esses dois só enrolam "bobos" ou aliendados
O termo de colaboração 1 do empresário
Joesley Batista, do Grupo JBS, descreve o fluxo de duas
‘contas-correntes’ de propina no exterior, cujos beneficiários seriam os
ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O empresário
informou à Procuradoria-Geral da República que o saldo das duas contas
bateu em US$ 150 milhões em 2014. Ele disse que o ex-ministro Guido
Mantega (Fazenda/Governos Lula e Dilma) operava as contas.
Joesley revelou que em dezembro de 2009, o BNDES adquiriu de debêntures
da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, ‘para apoio do
plano de expansão’ naquele ano.
“O depoente escriturou em favor de Guido
Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu
conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou
o valor”, relatou Joesley.
Segundo o empresário, em reunião com
Mantega, no final de 2010, o petista pediu a ele ‘que abrisse uma nova
conta, que se destinaria a Dilma.
“O depoente perguntou se a conta já
existente não seria suficiente para os depósitos dos valores a serem
provisionados, ao que Guido respondeu que esta era de Lula, fato que só
então passou a ser do conhecimento do depoente”, contou o empresário.
“O depoente indagou se Lula e Dilma sabiam do esquema, e Guido confirmou que sim.”
Joesley declarou que foi feito um
financiamento de R$ 2 bilhões, em maio de 2011, para a construção da
planta de celulose da Eldorado. O delator disse que Mantega ‘interveio
junto a Luciano Coutinho (então presidente do BNDES) para que o negócio
saísse’.
“A operação foi realizada após cumpridas
as exigências legais”, afirmou Joesley. “Sempre percebeu que os
pagamentos de propina não se destinavam a garantir a realização de
operações ilegais, mas sim de evitar que se criassem dificuldades
injustificadas para a realização de operações legais.”
O empresário declarou que depositou,
‘a pedido de Mantega’, por conta desse negócio, crédito de US$ 30
milhões em nova conta no exterior,
“O depoente, nesse momento, já sabia que
esse valor se destinava a Dilma; que os saldos das contas vinculadas a
Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do
esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos
Petros e Funcef; que esses saldos somavam, em 2014, cerca de US$ 150
milhões.”
Segundo Joesley, a partir de julho de
2014, Mantega ‘passou a chamar o depoente quase semanalmente ao
Ministério da Fazenda, em Brasília, ou na sede do Banco do Brasil em São
Paulo, para reuniões a que só estavam presentes os dois, nas quais lhe
apresentou múltiplas listas de políticos e partidos políticos que
deveriam receber doações de campanha a partir dos saldos das contas’.
Neste trecho de seu depoimento, Joesley
cita o partido do Governo Michel Temer. O empresário destacou que o
executivo Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da J&F
(controladora da JBS), fazia o contato com partidos e políticos.
“A primeira lista foi apresentada em 4 de
julho de 2014 por Guido ao depoente, no gabinete do Ministro da Fazenda
no 15º andar da sede do Banco do Brasil em São Paulo, e se destinava a
pagamentos para políticos do PMDB; que a interlocução com políticos e
partidos políticos para organizar a distribuição de dinheiro coube a
Ricardo Saud, Diretor de Relações Institucionais da J&F, exceção
feita a duas ocasiões”, relatou.
Joesley disse que em outubro de 2014 no
Instituto Lula, encontrou-se com Lula e relatou ao petista que as
doações oficiais da JBS já tinham ultrapassado R$ 300 milhões.
“Indagou se ele (Lula) percebia o risco
de exposição que isso atraía, com base na premissa implícita de que não
havia plataforma ideológica que explicasse tamanho montante; que o
ex-presidente olhou nos olhos do depoente, mas nada disse”, contou.
Em outra ocasião, em novembro de 2014,
Joesley disse que ‘depois de receber solicitações insistentes para o
pagamento de R$ 30 milhões para Fernando Pimentel, governador eleito de
Minas Gerais, veiculadas por Edinho Silva (tesoureiro da campanha de
Dilma em 2014), e de receber de Guido Mantega a informação de que “isso é
com ela”, solicitou audiência com Dilma’.
“Dilma recebeu o depoente no Palácio do
Planalto; que o depoente relatou, então, que o governador eleito de MG,
Fernando Pimentel, estava solicitando, por intermédio de Edinho Silva,
R$ 30 milhões, mas que, atendida essa solicitação, o saldo das duas
contas se esgotaria; que Dilma confirmou a necessidade e pediu que o
depoente procurasse Pimentel”, narrou aos investigadores.
Joesley afirma que, no mesmo dia,
encontrou-se com Pimentel no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e
disse ao petista ‘que havia conversado com Dilma e que ela havia
indicado que os 30 milhões deveriam ser pagos’.
“Pimentel orientou o depoente a fazer o
pagamento por meio da compra de participação de 3% na empresa que detém a
concessão do Estádio Mineirão; que afora essas duas ocasiões, Edinho
Silva, então tesoureiro da campanha do PT, encontrava-se, no período da
campanha de 2014, semanalmente com Ricardo Saud e apresentava as
demandas de distribuição de dinheiro; que Ricardo Saud submetia essas
demandas ao depoente, que, depois de verificá-las com Guido Mantega,
autorizava o que efetivamente estivesse ajustado com o então ministro da Fazenda.”
Fonte:(Estadão)
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