Entenda : Militância, Informação e Comunicação

 Veja o vídeo do Canal do jornalista sério, Luis Ernesto Lacombe, com participação de Alexandre Garcia e Kaio Copola:



Dois relógios: o de Mauro Cid e o de Lula

 Veja o vídeo do renomado e imparcial jornalista, ALEXANDRE GARCIA



Comentários: 

@Ruth2525
Acho uma injustiça muito grande uma pessoa receber um presente e esse presente não permanecer com ele. Um relógio é um presente pessoal, uma joia é um presente pessoal. Para mim tudo isso aí se resume em uma perseguição política. (Apesar de ser pelo cargo que ocupa)
@carlosrobertoferreira4578
Difícil dizer isso! Estou com vergonha do meu País. Por tudo de ruim que estou vendo e sofrendo com esse governo, e vendo mídias vendidas e judiciário, tentando destruir o melhor presidente que vi em vida, Jair Messias Bolsonaro.

O QUE NÃO TE CONTARAM SOBRE A HISTÓRIA DO BRASIL

 

Fonte : Plataforma Brasil Paralelo

“Não tem nada na Legislação que fale de relógio dado ao presidente Bolsonaro” Professor de direito e jornalista Tiago Pavinatto






Fonte: Os Pingos nos Is - TV JOVEM PAN NEWS


Maranhão é o estado com o maior número de creches e escolas inacabadas

 


O Maranhão é o estado com o maior número creches e escolas inacabadas, segundo o Ministério da Educação (MEC). Os dados apontam que 609 dessas obras permanecem sem conclusão ou estão paralisadas no estado. Em Paço do Lumiar, na Região Metropolitana de São Luís, três creches começaram a ser construídas em 2017, mas as obras foram paralisadas em 2019. Agora, o local é utilizado para o descarte irregular de lixo.

Outras quatro creches em Balsas, no Sul do Maranhão, também não foram concluídas. Uma delas deveria atender 376 crianças de até cinco anos de idade na cidade. Segundo o Ministério Público, as creches são a maioria entre as obras inacabadas, e existe uma decisão do Tribunal de Justiça que determina a finalização dessas instituições na capital.

Fonte: Blog Webert Saraiva



Doutor é quem tem doutorado !

 

Foto : google


Na legislação brasileira, não há nenhuma norma que determine que qualquer profissional sem título acadêmico seja chamado de doutor; para médica, tradição cria barreira.


Por Vinícius Lemos, BBC

Melania Amorim é ginecologista e obstetra. Um fato que faz parte da rotina da profissão a incomoda: o termo doutora, utilizado pelos pacientes que são atendidos por ela em um hospital público de Campina Grande (PB).

"Doutor é quem tem doutorado", diz ela — que tem doutorado —, à BBC News Brasil. Ela explica: "Ainda assim, é um título que deve ser usado somente no ambiente acadêmico".

Para ela, a palavra doutor carrega uma hierarquia que afasta médico e paciente. "Parece que o médico é sempre o detentor do saber, o todo poderoso, enquanto o paciente não sabe nada e vai se submeter passivamente àquelas orientações. Penso que isso não se admite mais na atualidade, em que a gente acredita em uma medicina baseada na humanização do cuidado", declara.


Logo no início das consultas, ela costuma explicar brevemente aos pacientes que não precisa ser chamada de doutora e pede que a chamem somente de Melania. "Os pacientes ficam meio atônitos quando toco nesse assunto e nem sempre entendem. Por isso, a gente tem que explicar com muito carinho e cuidado."

Nem sempre o pedido da profissional é atendido, pois, segundo ela, a tradição de utilizar o termo para denominar os médicos faz com que muitos pacientes não consigam.


"Eu não vou fazer uma confusão enorme com os pacientes, porque eles já vêm de determinada cultura, com determinados saberes populares. Se a pessoa continuar chamando de doutor, tudo bem. De todo modo, é importante fazer a defesa do fim do uso do doutor e explicar sobre o assunto para tentar construir uma nova cultura", declara a médica.


Ela conta que poucos médicos pedem para não ser chamados de doutores. "Eu diria que a minoria aderiu a isso, porque a maioria não participa dessa discussão, apesar de ser um tema meio antigo", afirma.


Melania admite que é um assunto polêmico e discutir sobre ele é arrumar problemas dentro da própria classe médica. Mas ela acredita que o número de profissionais que queiram deixar de ser "doutores" para os pacientes pode aumentar com o passar dos anos.


Outra área na qual é comum que os profissionais sejam chamados de doutores, mesmo sem doutorado, é o Direito. No segmento, também há profissionais que pedem para não ser chamados dessa forma, como a promotora de Justiça Maísa Oliveira, que atua na Defesa da Cidadania de Olinda (PE).


Maísa, cuja área de atuação tem contato direto com a população na busca por melhorias na prestação de serviços, afirma que tem uma relação conflitante com o fato de ser chamada de doutora. "Não sou doutora, porque não fiz doutorado. Mesmo que tivesse feito, não faria questão de ser chamada assim. Acho que o respeito pode ser expressado de outras formas, sem a utilização desse termo", diz.


No Brasil, em áreas como a Saúde e o Direito, outros diversos profissionais também são chamados de doutores — alguns, por preferência, até ostentam o título em cartões de visita ou nas redes sociais — e outros por hábito da população.

O tema desperta discussões. Especialistas afirmam que devido à tradição, não é errado chamar médicos e advogados de doutores. Porém, frisam que não pode haver imposição para o uso do termo, pois na legislação brasileira não há nenhuma norma que determine que qualquer profissional sem título de doutorado seja chamado de doutor.


Um dos principais argumentos para que os advogados sejam chamados de doutores é uma lei promulgada no Brasil há quase 200 anos. Porém, estudiosos questionam a validade desse decreto (entenda abaixo).

Principais entidades relacionadas a advogados e a médicos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) não possuem posicionamento oficial sobre o tema polêmico.


A origem do termo


O título de doutor foi formalizado por meio das primeiras universidades criadas no mundo, no fim do século XI, na Europa. Na época, o termo era relacionado a doutores em Teologia ou Filosofia, que eram os professores que, após estudos, eram considerados aptos a ensinar.

"Mais tarde, a Universidade de Bolonha (Itália), passa a formar também estudiosos do Direito Romano, que eram os legistas e recebiam o título de Doutor em Leis, que também passaram a ser professores. 

Eles ainda se tornaram funcionários nas cortes europeias para estudar e redigir leis e outros documentos importantes", explica a professora de História e pesquisadora Tania Bessone, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).


A partir de então, o título de doutor passou a se popularizar em todo o mundo. No Brasil, se tornou muito comum por meio das primeiras escolas de Medicina, no início do século XIX. "Na época, os médicos defendiam uma tese ao fim do curso e recebiam o título de doutor. Esse hábito de chamar de doutor surgiu nesse período, inspirado nos modelos de faculdades de outros países", comenta Melania.


Assim como no Brasil, o costume de chamar médicos de doutores permanece em alguns países. Porém, Melania afirma que é importante frisar que há distinções nas formações acadêmicas. "Nos Estados Unidos, por exemplo, há um sistema diferente. Os estudantes fazem o college (iniciação ao ensino superior) antes do curso de Medicina. O médico, quando se forma, recebe o Medical Doctor (MD), que é um grau", ou seja vai além da graducação. explica.


E OS FORMADOS EM DIRETO (ADVOGADOS)


Já em relação aos advogados, Otávio Luiz Rodrigues, professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), afirma que é incomum que as pessoas usem termos equivalentes ao doutor em outros países para identificar tais profissionais. "Eles são chamados de conselheiros, licenciados (que seria algo como bacharel em português) ou diretamente de advogados", detalha. 


O decreto de Dom Pedro 1º


No centro da discussão de advogados brasileiros que afirmam que devem ser chamados de doutores está um decreto assinado por Dom Pedro 1º em 1827. No documento, o então imperador definiu que aqueles que concluíssem os cursos de ciências jurídicas ou sociais no Brasil poderiam ser considerados doutores ( naquela época). 

Segundo Otávio Rodrigues, no entanto, o decreto não tem validade atualmente. "Não houve revogação expressa do decreto. Mas pelas legislações posteriores, que trataram de títulos acadêmicos, o título de doutor passou a ser concedido somente a pessoas que possuem doutorado."


"Eles não possuem prerrogativa para serem chamados assim. É apenas uma questão de tradição, de um costume linguístico que não foi abandonado por todos,  ainda", declara o professor de Direito.


 Até mesmo entre as instituições que representam as categorias. A OAB afirma que não há posicionamento do Conselho Federal da entidade sobre o tema.


Já o Conselho Federal de Medicina (CFM) justifica que o "tratamento doutor com relação ao médico resulta de uma mera  tradição cultural". A entidade afirma que a decisão de chamar um médico de doutor depende do tipo de relação estabelecida entre o profissional e o paciente e "pode variar em função do grau de proximidade, do tempo de convívio e da diferença de idade" entre eles.


O CFM afirma que não há uma imposição para o uso do termo. "Tudo deve acontecer dentro de um ambiente de respeito e cordialidade", conclui nota encaminhada à BBC News Brasil, assinada pelo vice-presidente da entidade, Donizetti Giamberardino.


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Fonte : g1 Educação









ERRO DE PORTUGUÊS – DE ONDE VEM ESSA IDEIA?


  Marcos Bagno

Para se poder falar de “erro” é preciso ter um contraponto, algo para colocar no outro prato da balança, ou seja, aquilo que é “certo”. Só existe “erro” quando se tem o “certo” à espreita por trás do espelho. No nosso caso, o “certo” é o modelo de língua que vem descrito e prescrito nas obras chamadas gramáticas normativas, um modelo de língua que designamos como norma-padrão (que não deve ser confundida com “norma culta”, mas vamos falar disso outro dia).

norma-padrão que ainda é objeto de descrição e prescrição das gramáticas normativas do português começou a ser codificada em meados do século 19 e se firmou nos finais do mesmo século. O início e a metade do século 19 foram dominados pela ideologia que passou à história com o nome de Romantismo, um movimento literário, musical, mas também filosófico e político. É por isso que, por exemplo, na conhecida gramática assinada pelo brasileiro Celso Cunha e pelo português Luís Felipe Lindley Cintra (Gramática do português contemporâneo, 1985), eles escrevem que vão trabalhar com “a língua como a têm utilizado os escritores portugueses, brasileiros e africanos do Romantismo para cá” — ou seja, língua apenas escrita (nada de estudar a fala), e escrita só por um grupo seleto de falantes.

Desse modo, a norma-padrão é uma entidade linguística congelada no tempo, no espaço e na hierarquia social: fora dela ficaram usos linguísticos anteriores ao século 19 e, claro, também posteriores a ele. Estão aí, portanto, duas das três chaves que nos permitem interpretar a noção de “erro” na língua. Vamos ver.

Uma primeira explicação para a ideia de “erro” se acha numa reação à mudança linguística. Apesar das tentativas e dos esforços dos gramáticos normativos, a língua está sempre em processo de transformação, e isso é inevitável, é da própria natureza das línguas: uma língua, enquanto tiver falantes que a mantenham viva, está sempre mudando (basta comparar a fala, por exemplo, de três gerações de uma mesma família: as transformações saltam aos olhos... ou melhor, aos ouvidos).

Um fenômeno de mudança ocorrido no português brasileiro, por exemplo, foi a total reorganização do quadro de pronomes pessoais, especialmente os da 2ª pessoa. Enquanto em Portugal tu e você têm empregos muito bem delimitados pelas regras de interação social (mais intimidade e menos intimidade, respectivamente) e, por isso, constituem universos de tratamento que nunca se cruzam, no Brasil, como bem sabemos, você se tornou a forma de tratamento “neutra”, geral, ocupando o terreno de uso de tu, que acabou se restringindo a variedades geográficas e/ou sociais específicas. Assim, onde se usa tu também se usa você: não existe área exclusiva de tu no Brasil (e na maioria dos lugares onde se usa tu, as formas verbais são as da 3ª pessoa: tu vai, tu foi, tu quer). Mas a recíproca não é verdadeira: em muitos lugares (de fato, na maioria do país) só se emprega você (por exemplo, no estado de São Paulo, o mais populoso do país, e também em Minas Gerais, o segundo mais populoso). Com a diluição do tratamento formal no informal, as formas oblíquas de tu passaram a ser empregadas em correferência com você: “Eu te vi ontem na rua, te chamei, mas você não me ouviu” (o que é impossível em Portugal). Como esse uso não está previsto na norma-padrão (até porque, em grande medida, ela se baseia nas variedades de prestígio do português europeu), ele é tido como “erro” e rotulado de “mistura de tratamento”. No entanto, é simplesmente uma mudança ocorrida no português brasileiro e já muito bem enraizada nos nossos usos linguísticos, seja qual for a classe social: querer extirpar esse uso é tão inútil quanto enxugar gelo.

Uma segunda explicação para a noção de “erro” é, como vimos, uma reação a fenômenos de conservação de usos linguísticos mais antigos, anteriores à fixação da norma-padrão. Um bom exemplo é o emprego de ele (e flexões) como objeto direto: “A Helena não quis ficar sozinha em casa, por isso eu trouxe ela comigo”. Nada mais natural, espontâneo e corriqueiro na fala das brasileiras e dos brasileiros de todas as camadas sociais e nível de escolaridade. Esse uso está muito bem documentado em fases antigas da língua, na prosa e na poesia: “Rogando-lhe el-Rei por suas cartas ao cardeal, que absolvesse ele e seu reino d’algum caso d’excomunhão ou interdicto” (século 14). Como esse uso desapareceu no português europeu (mas se conservou no português brasileiro e africano), é considerado “errado” pela norma-padrão.

A terceira explicação para a ideia de “erro” é de natureza sociocultural. Num país classificado entre os mais desiguais do planeta, com indicadores sociais estarrecedores, a fala das pessoas mais pobres e sem acesso à escolaridade plena (por meio da qual se tem acesso aos modos de falar prestigiados e às regras da norma-padrão) é incontornavelmente considerada repleta de “erros”. Desse modo, as inovações que verificamos nas variedades menos prestigiadas (como, por exemplo, pronúncias do tipo “trabaio”, “abeia”, “cuié”) estão sujeitas a pesado estigma social (embora seja uma mudança ocorrida em outras línguas, como o francês e o espanhol, nas quais não sofre nenhum tipo de censura). E, claro, isso também se dá com usos que refletem uma conservação de fases mais antigas da língua: formas como fruita, oitubro luita estão muito bem documentadas em textos antigos (inclusive em Os Lusíadas, publicado em 1572), e o mesmo vale para entonce, somana, menhã, despois, inté, preguntar entre tantas outras.

Assim, as formas inovadoras e conservadoras presentes na fala urbana de pessoas mais letradas e de classe média e alta (e, em sua maioria, brancas), embora consideradas como “erros a evitar”, são toleradas nos usos menos formais sob a famosa alegação de que “pode até estar errado, mas todo mundo já fala assim”. No entanto, quando se trata de inovações e conservações presentes nas variedades linguísticas de pessoas da zona rural ou urbana pobres, com baixo nível de renda e pouca escolarização (e, em sua maioria, não brancas), nenhuma condescendência é permitida: é “erro”, pronto e acabou. Preconceito linguístico e racismo linguístico andam sempre de mãos dadas.

A conclusão é que existem “erros” mais “errados” do que outros. E isso, num país cruel e violento como o Brasil, nada tem a ver com a língua em si, porque a noção de “erro” vai muito além da língua: é a pessoa, no lugar que ela ocupa na hierarquia social, que é acusada de falar “errado”. E a violência maior é exigir que ela fale “certo” sem que o Estado lhe forneça as condições mínimas de acesso à educação, à leitura, à escrita e à cidadania plenas.


Marcos Bagno é professor da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador associado do Instituto da Língua Galega, da Universidade de Santiago de Compostela. Escritor, poeta e tradutor, se dedica à pesquisa e à ação no campo da educação linguística, com interesse particular no impacto da sociolinguística sobre o ensino.