Brasília -Congresso em Foco
O relatório com medidas anticorrupção foi aprovado por
unanimidade em comissão especial da Câmara dos Deputados na noite
desta quarta-feira (23). A comissão aprovou o texto base do relator Onyx
Lorenzoni (DEM-RS), mas alguns pontos, os chamados destaques, ainda
serão submetidos a votação.
Deputados e partidos têm direito de
pedir que pontos específicos do projeto sejam votados separadamente.
Após a análise dos destaques, o projeto seguirá para votação no plenário
da Câmara e, se aprovado, vai ao Senado.
No fim da noite desta
quarta, a expectativa entre os deputados era de que a sessão do
plenário, que já durava mais de 13 horas, se prolongasse pela madrugada
para a votação. Coube ao primeiro secretário da Casa, Beto Mansur
(PRB-SP), informar que isso não seria possível já que os destaques não
foram votados. "A comissão ainda está votando os destaques. Não existe
ainda o texto final, por isso nós decidimos encerrar a sessão", disse.
Os rumores são de que haverá uma alteração no texto (será incluída
emenda) quando o projeto chegar ao plenário. A intenção é que os crimes
de caixa dois cometidos antes da aprovação da lei sejam anistiados.
Desde o início do debate na comissão, o texto foi modificado em alguns
pontos, após pressão de deputados. Exemplos disso são a punição de
juízes e membros do Ministério Público por crime de responsabilidade, o
decreto de prisão preventiva antes da condenação e sem prazo para
a soltura, o uso de provas ilícitas e alterações relativas aos chamados
recursos protelatórios (usados para retardar decisões judiciais). Eram
itens que haviam sido incluídos por Lorenzoni e, depois, retirados.
Pouco antes da votação do texto nesta quarta, Lorenzoni suprimiu
o prazo máximo de um ano para que o Ministério Público ofereça denúncias
contra políticos em cargos públicos, depois de instaurado o inquérito.
Para deputados contrários à medida, a proposta iria acabar com a Operação Lava Jato.
O relator também corrigiu para 10.000 salários mínimos o valor do
desvio que acarretaria o enquadramento de corrupção como crime hediondo.
Comissão aprova projeto com medidas anticorrupção
Em paralelo, foram retomados três aspectos que haviam sido retirados do
texto apresentado na terça (22): a possibilidade de qualquer cidadão
entrar com ação popular contra desvio de patrimônio público, com
previsão de receber uma recompensa se a ação resultar em condenação; a
criminalização do exercício ilegal da advocacia; e a previsão de que
promotores e advogados fiquem no mesmo nível nas audiências judiciais.
As propostas foram sugeridas pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
O texto foi apresentado originalmente à Câmara pelo MPF (Ministério
Público Federal) como projeto de iniciativa popular, que contou com o
apoio de mais de 2 milhões de assinaturas.
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