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“Pode faltar banana na minha casa, mas a vela dos meus santos não
falta”, disse, com firmeza, a aposentada Maria das Dores Brito, 75 anos,
moradora do bairro Lira. No período de Páscoa, ao contrário do que vem
ocorrendo, ela se reserva e à família para as orações. Nada de ovos de
chocolate, passeios, viagens ou festas regadas a bebidas. Uma tradição
que poucos mantêm. “Hoje em dia não se fala mais em orar, em lembrar da
palavra de Cristo. Ninguém quer reunir a família para congregar, só
pensam em comer chocolate”, diz ela, com ar triste.
Dona Maria das Dores, em frente ao seu altar |
Desde o dia
19 de março, Maria das Dores faz um ciclo de orações que encerrou no dia
27 deste mês. Ela afirma que os nove filhos participam do momento
cristão. “Todos estavam aqui no último dia de novena. Todo mundo reunido
para fazer o que é o verdadeiro sentido da Páscoa”, relatou. A
aposentada se diz perplexa com a mudança que foi feita na celebração da
Páscoa. Para ela, “isso desagrada a Cristo”. O importante, diz ela,
deveria ser reunir a família para unir ainda mais os laços. “As pessoas
querem saber é de beber. Saem com as crianças e compram bombom e pipoca,
mas esquecem da espiritualidade”, aponta.
Maria das Dores
iniciou a Sexta-Feira Santa orando na igrejinha do bairro. Chegou cedo,
contou à reportagem, e só encerraria no início da tarde. Mas, tirou um
espaço para conversar com a reportagem e mostrar a continuidade da fé
que sempre reforça quando está em casa. Ela mantém um altar com santos
da igreja Católica que venera e a imagem do Cristo.
Tradição esquecida
A
Sexta-feira da Paixão trazia uma série de costumes, há 40 anos. Erma
rituais populares, sem base religiosa, mas permitidos pela Igreja como
forma de manter viva a celebração da morte e ressurreição de Jesus
Cristo. Quanto mais rural a comunidade, mais fortes eram essas
tradições.
Era guardado silêncio absoluto (nem assoviar: dizia que
Cristo estava com dor de cabeça), as traquinagens das crianças não eram
castigadas imediatamente (mas prometidas para o sábado da Aleluia, onde o
pau corria solto nos Judas de pano e no lombo dos pequenos rebeldes).
Não podia comer carne, e sim peixe com arroz e feijão. A bebida era
vinho.
Antes do meio dia não se penteava o cabelo, escovava os
dentes e tomava banho (pelo perigo das tentações à vista do corpo).
Olhar-se ao espelho, usar batom e mesmo perfume, por serem sinais de
vaidade. Pegar em dinheiro, também não (lembrava a traição de Judas).
Não se podia fiar, coser, lavar ou estender roupa ou cozer pão, devido a
uma série de catástrofes medonhas que ameaçava os desprevenidos ou mais
ousados. Não se podia comer doce e nem chupar cana, pois seria falta de
respeito, já que Nosso Senhor tinha bebido fel. Manter relações sexuais
durante a Semana Santa seria pecado mortal. O homem que assim
procedesse ficaria impotente para o resto da vida e a mulher
incapacitada para gerar filhos. O rebento nasceria com o “cão no couro”.
Beber nesses dias era como condenar a si próprio.
Profº. Amaury com bolos produzidos
em forno de barro, durante a semana
santa. em casa de familiares.
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Praticamente em quase todas as casas faziam-se bolos para os familiares, parentes e amigos se alimentarem durante a semana.
Infelizmente, trocaram todos esses costumes por bebedeira exagerada, correria desnecessária em cima de uma motocicleta, falta de oração em louvor a JESUS CRISTO, e as consequência estão aí, acidentes que deixam sequelas no corpo para resto da vida, quando não levam à morte, aí, nessas horas, chamam por CRISTO, TARDIAMENTE.
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