A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante sessão do Supremo Tribunal Federal na semana passada. (Foto: Reprodução/TV Justiça) |
Dodge defende prisão após 2ª instância e redução do foro
privilegiado para reforçar autoridade do Judiciário
Procuradora-geral da República deu uma palestra na Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos. Ela ressaltou que a autoridade do Judiciário deve
ser respeitada desde as primeiras instâncias.
JUSTIÇA
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, voltou a defendernesta segunda-feira (16) a possibilidade de executar pena de prisão após condenação em segunda instância e a redução do foro privilegiado para políticos e autoridades nas cortes superiores.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, voltou a defendernesta segunda-feira (16) a possibilidade de executar pena de prisão após condenação em segunda instância e a redução do foro privilegiado para políticos e autoridades nas cortes superiores.
Durante
palestra num congresso na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, ela
disse que tais medidas reforçam a autoridade dos juízes de primeira instância e
dos tribunais de segunda instância.
“Nos
acostumamos a um modelo em que a autoridade do juiz e do tribunal de segunda
instância era muito fragilizada em um sistema de quatro instâncias. Ficava-se
sempre aguardando a resposta de cortes superiores", afirmou a procuradora
para uma palestra formada de estudantes de Direito.
"Esse
sistema tem restabelecido, o que em qualquer pais é muito importante, a
autoridade do Judiciário desde a primeira instância. É um fator que tem sido
compreendido pela população como relevante, e acho que é muito essencial. Cada
juiz precisa ter a autoridade da sua própria decisão garantida”, disse a
procuradora-geral sobre a execução da pena", completou Dodge.
Em 2016, a
Procuradoria Geral da República (PGR) defendeu a possibilidade de prender um
criminoso após a condenação em segunda instância, tese aprovada no Supremo
Tribunal Federal (STF) por maioria de 6 votos a 5. No entanto, recentemente, cresceu a pressão sobre
a Corte para rever essa possibilidade.
Defensores da
prisão após segunda instância alegam que, de outro modo, réus com condições de
pagar bons advogados podem arrastar o processo por meses e até décadas.
Do outro lado,
quem é contra esse entendimento afirma que ele fere a Constituição e a
presunção de inocência. O caso de maior repercussão recente de um réu preso
após condenação em segunda instância é do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Foro
privilegiado
Na palestra, Dodge foi questionada se vê uma tendência
em diminuir o alcance do foro privilegiado – no STF, já existem 8 votos a favor
de mandar à primeira instância investigações de autoridades não relacionadas ao
cargo; o julgamento será retomado no próximo dia 2 de maio.
Fonte: g1.com
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