“Foi o risco de fornecer mais
combustível para o PSB que levou o PT a rever uma das mais polêmicas
alianças eleitorais de sua história recente. Num movimento já chamado de
“traição cirúrgica”, o partido ensaiou uma ruptura no Maranhão,
afastando-se do grupo político do ex-presidente José Sarney, para apoiar
Flávio Dino, do PCdoB, na disputa pelo governo do estado. Pré-candidato
de Sarney, o atual secretário de Infraestrutura, Luís Fernando Silva,
ainda não decolou, enquanto Flávio Dino lidera as pesquisas com tanta
folga que sua popularidade subiu até nos protestos de junho.
Inconformado com o acordo, fechado em segredo, o veterano Sarney reagiu.
Mobilizou seus aliados na cúpula do Senado, ameaçando bloquear toda a
iniciativa do governo na casa onde usufrui de um ambiente muito mais
amistoso do que na Câmara. Ameaçando uma adesão a Eduardo Campos, Sarney ligou para o próprio Lula, que, diante do risco, pediu para Dilma recuar. Num
esforço para manter um palanque no estado, a presidente ainda
trabalhava, na semana passada, com a alternativa de apoiar a candidatura
de Roseana Sarney, para o Senado, sem abrir mão da aliança com Dino. O
problema é que o candidato do PCdoB, que já é cortejado pelo PSB de
Eduardo Campos, manda dizer que tem pressa. A batalha deve ganhar
intensidade nas próximas semana.”
Juntinhos: Dilma não abre mão de apoiar Flávio Dino para o governo do Maranhão. |
Caruru Maranhense I
O discurso genérico de Marina Silva contra vícios da “Velha República” encaixa-se como uma luva em alguns estados brasileiros.
A situação no Maranhão continua sendo assim, após 50 anos de domínio do grupo de José Sarney.
Pesquisas em poder do governo indicam que a rejeição é grande e se espalha pelo País. Está em jogo um colégio eleitoral relevante, considerando as dificuldades da próxima eleição: são quase 5 milhões de eleitores.
Lula propôs romper o acordo estadual do PT e os Sarney.
Caruru Maranhense II
A nota dissonante na reunião com a presidenta Dilma, onde isso foi discutido, ficou por conta do presidente do partido, Rui Falcão.
Esse Falcão é diferente. Move-se com o temor e morosidade de gato.
Foi contra o rompimento porque disputa uma eleição interna e temeu perder os votos do PT do Maranhão que está pendurado no governo estadual.
Ou seja, no colo de Roseana Sarney.
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