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MINISTRO “PILANTRA” GILMAR MENDES, LIDERA A LISTA DOS REJEITADOS
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A onda de rejeição a políticos e autoridades públicas chegou
com força ao Poder Judiciário e ao Ministério Público. Pesquisa Ipsos
mostra que, entre julho e agosto, houve aumento significativo da
desaprovação a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o juiz
Sérgio Moro enfrenta desgaste: apesar de seu desempenho ainda ser
majoritariamente aprovado pela população, sua taxa de rejeição está no
nível mais alto em dois anos.
A pesquisa avaliou a opinião dos brasileiros sobre 26
autoridades de distintas esferas de poder, além de uma celebridade
televisiva, o apresentador de TV Luciano Huck. Quase todos estão no
vermelho, ou seja, são mais desaprovados do que aprovados. As exceções
são Huck, Moro e o ex-presidente do Supremo Joaquim Barbosa. Os dois
últimos são responsáveis pelos julgamentos dos dois maiores escândalos
de corrupção do País: mensalão e Operação Lava Jato.
Para Danilo Cersosimo, um dos responsáveis pela pesquisa, o
aumento do descontentamento com o Judiciário pode estar relacionado “à
percepção de que a Lava Jato não trará os resultados esperados pelos
brasileiros”. Outros levantamentos do Ipsos mostram que o apoio à
operação continua alto, mas vem caindo a expectativa de que a
força-tarefa responsável por apurar desvios e corrupção na Petrobras
provoque efeitos concretos e mude o país. “Há uma percepção de que a
sangria foi estancada, de que a Lava Jato foi enfraquecida”, disse
Cersosimo.
Na lista de avaliados pelo Ipsos estão três dos 11 atuais
integrantes do Supremo: Cármen Lúcia, a presidente; Edson Fachin,
relator dos casos relacionados à Lava Jato; e Gilmar Mendes, principal
interlocutor do presidente Michel Temer no Tribunal. Os três enfrentam
deterioração da imagem.
Além de Moro e Fachin, há na lista outros dois nomes
relacionados à Lava Jato: o do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, e o do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa
da operação em Curitiba. Eles também sofrem desgastes.
Líder
No STF, a pior situação é a de Gilmar: no último mês, sua
taxa de desaprovação subiu de 58% para 67%. Desde abril, o aumento foi
ainda maior: 24 pontos porcentuais.
O descontentamento com Gilmar cresceu ao mesmo tempo em que
ele ficou mais conhecido: até maio, mais da metade da população (53%)
não sabia dele o suficiente para opinar. Agora, esse índice caiu para
30%. Já a taxa de aprovação se manteve praticamente estável, oscilando
em torno de 3%. A avaliação crítica é maior nas faixas mais
escolarizadas: chega a 80% entre os brasileiros com curso superior, e é
de 50% entre os sem instrução.
Nos últimos meses, Gilmar, que também preside o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), se notabilizou por constantes e duras críticas
ao que classifica como abusos na atuação do Ministério Público Federal
em grandes investigações no País, incluindo a Lava Jato. O ministro
protagonizou embates com o procurador-geral da República e chegou a
chamar Janot de “desqualificado”.
Na pesquisa Ipsos, o chefe do Ministério Público Federal –
que vai deixar o cargo em breve – teve seu desempenho reprovado por 52%
dos entrevistados. A avaliação favorável ficou em 22%.
Evolução
Cármen Lúcia teve aumento de 11 pontos porcentuais em sua
taxa de desaprovação entre julho e agosto, de 36% para 47%. Já sua
aprovação está em 31% – queda de cinco pontos porcentuais em um mês e de
20 pontos desde janeiro. A avaliação favorável de Fachin caiu, em um
mês, de 45% para 38%, enquanto a desfavorável subiu de 41% para 51%.
Conhecido por sua atuação no julgamento de acusados no
escândalo da Lava Jato, Moro, titular da 13.ª Vara Federal de Curitiba,
tem seu desempenho aprovado por mais da metade da população (55%). Sua
taxa de desaprovação, porém, subiu nove pontos porcentuais no último
mês, de 28% para 37% – o ponto mais alto na série histórica do Ipsos,
que teve início em agosto de 2015.
(Com Estadão Conteúdo)
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