MEC diminui contingenciamento e libera R$ 450 milhões para universidades federais
Em março, o contingenciamento anunciado pelo governo federal atingiu R$ 3,6 bilhões de despesas diretas do MEC.
Mec.gov.br
O Ministério da Educação (MEC)
diminuiu o contingenciamento de verbas para universidades e institutos
federais e anunciou nesta sexta-feira (11) a liberação de R$ 450
milhões. Com a medidade, o MEC ampliou o total da verba disponível tanto
para custeio quanto para investimento (ou capital).
Com o contigente anunciado em março, a rotina de campi de várias universidades pelo país foi afetada. A previsão era de que o dinheiro para o custeio das instituições durasse só até setembro:
sem dinheiro, universidades federais anunciaram demissão de
terceirizados, redução de consumo, corte de bolsas e paralisação de
obras (veja aqui a situação nos estados).
O limite do custeio passou de 70% para 75% do orçamento previsto. E o
de capital passou de 40% para 45%. "Custeio" é o nome dado ao recurso
utilizado para a manutenção das instituições de ensino, enquanto a verba
de "investimento" ou "capital" é aquela para adquirir equipamentos e
fazer investimentos em estrutura.
Orçamento previsto: 85% e 60%
Para cumprir o Orçamento desenhado para 2017, o MEC precisa diminuir
ainda mais o limite de empenho até alcançar 85% de custeio e de 60% para
despesas de capital.
O "custeio" das universidadades representa os gastos como contas de
luz, água, manutenção e pagamento de funcionários terceirizados. Por
lei, não são despesas obrigatórias para o governo e, por isso, estão
sujeitas a cortes, caso haja contingenciamento. Também pode sofrer
cortes a verba de despespas de "capital", ou "expansão e
reestruturação", ou seja, as obras realizadas nos prédios das
instituições.
Do total de R$ 450 milhões liberados pelo MEC, as universidades
federais receberão R$ 254,94 milhões para custeio e R$ 57,11 milhões de
investimentos, totalizando R$ 312 milhões. Já os centros federais de
educação tecnológica, o Colégio Pedro II e os institutos federais
receberão R$ 110 milhões para custeio e R$ 28 milhões para investimento,
perfazendo um total de R$ 138 milhões.
Os hospitais de ensino, por sua vez, receberão adicional ao limite de
empenho no valor de R$ 897 mil para custeio e R$ 8,32 milhões para
investimento, totalizando liberação de R$ 9,21 milhões. Por fim, o
Instituto Nacional de Surdos, o Instituto Benjamin Constant e a Fundação
Joaquim Nabuco terão limite de empenho adicional no valor de R$ 3,83
milhões para custeio e R$ 535,7 mil para investimento, alcançando R$
4,37 milhões no total.
Crise
Neste ano, o contingenciamento foi anunciado pelo governo federal em
março, e atingiu R$ 3,6 bilhões de despesas diretas do Ministério da
Educação (além de R$ 700 milhões em emendas parlamentares para a área de
educação).
Levando em conta o total previsto no orçamento de 2017 para essas duas
despesas, o corte foi de 15% do orçamento para o custeio e de 40% da
verba para as obras.
A situação fez com que as universidades e institutos apertassem ainda
mais os gastos, já que o orçamento para essas duas despesas em 2017 já
era entre 8,1% e 31,1% menor do que o de 2016
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