Usando um novo método para analisar os dados das
sequências de DNA, os pesquisadores também descobriram que os Neandertais se
separaram de outra linhagem misteriosa, conhecida como Denisovans
Correio Brasiliense On line
Uma nova maneira de usar o DNA para perscrutar a história da
humanidade está reescrevendo o que os especialistas sabem sobre o homem
de Neandertal, disseram pesquisadores dos Estados Unidos nesta
segunda-feira (7/8).
Pesquisas
anteriores sugeriram que, perto do fim de sua existência, há cerca de
40.000 anos, restavam apenas cerca de 1.000 Neandertais na Terra.
Mas
o novo estudo mostra que sua população era muito maior - provavelmente
de dezenas de milhares de indivíduos, em grupos isolados por toda a
Europa, informa o estudo na revista Proceedings of the National Academy
of Sciences.
As pistas genéticas incluem DNA
de Neandertal que contém mutações que geralmente ocorrem em pequenas
populações com pouca diversidade genética.
Além disso, os restos de Neandertais - encontrados em vários locais - são geneticamente diferentes uns dos outros.
"A
ideia é que existiram essas populações pequenas, geograficamente
isoladas, como ilhas, que às vezes interagiam, mas (...) que tendiam a
permanecer entre eles", disse o coautor Ryan Bohlender, pesquisador no
Anderson Cancer Center da Universidade do Texas.
Usando um novo método para analisar os dados das sequências de DNA,
os pesquisadores também descobriram que os Neandertais se separaram de
outra linhagem misteriosa, conhecida como Denisovans, há cerca de
744.000 anos, muito antes do que qualquer outra estimativa dessa
divisão.
Depois disso, a população global de Neandertais cresceu até dezenas de milhares de indivíduos.
"Esta
hipótese vai contra a sabedoria convencional, mas faz mais sentido",
afirmou o autor principal do estudo, Alan Rogers, professor no
departamento de antropologia da Universidade de Utah.
"Há
um rico registro de fósseis de Neandertal. Existem muitos sítios de
Neandertais", disse. "É difícil imaginar que haveria tantos se houvesse
apenas 1.000 indivíduos em todo o mundo".
Sabe-se
muito pouco sobre os Denisovans, às vezes descritos como os primos
orientais dos Neandertais. Apenas alguns pedaços de seus restos -
incluindo alguns dentes e um osso de dedo mindinho - foram encontrados.
Tanto
os Denisovans quanto os Neandertais se relacionaram sexualmente com os
antepassados %u200B%u200Bdos humanos modernos, que saíram da África há
cerca de 60.000 anos.
Os pesquisadores não tem
certeza exatamente por que os Neandertais e os Denisovans acabaram
desaparecendo, mas pode ter sido devido a um clima severo ou à disputa
por recursos escassos com humanos modernos.
O
estudo se baseou na comparação dos genomas de quatro populações humanas:
Eurasianos modernos, africanos modernos, Neandertais e Denisovans.
Este
método estatístico ajudou os pesquisadores a estimarem a porcentagem de
genes de Neandertal que circulam nas populações euro-asiáticas modernas
- que, confirmaram, é de cerca de 2%.
O método revelou o tamanho dessas populações ancestrais e a data em que se separaram umas das outras.
Miami, 7 Ago 2017 (AFP)
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de Neandertal, disseram pesquisadores dos Estados Unidos nesta
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