Estudo considera cidades brasileiras entre 50 mil e 100 mil habitantes. Saúde, habitação e acesso à internet contribuíram para o resultado.
Vista parcial de São João da Boa vista / SP |
Uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Getulio Vargas considera que, entre todas as cidades brasileiras entre 50 mil e 100 mil habitantes, São João da Boa Vista (SP) é a que oferece melhor qualidade de vida para os idosos.
Aos 91 anos, Eny Capello mantém a mente ativa
com a ajuda da internet (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)
com a ajuda da internet (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)
Localizado a 218 km de São Paulo, o município de 89,5 mil habitantes
superou outras 347 localidades analisadas no Índice de Desenvolvimento
Urbano para Longevidade (IDL), realizado em parceria com o Instituto de
Longevidade Mongeral Aegon.
O estudo considera o acesso aos serviços públicos e privados de saúde,
situação financeira, educação, trabalho e cultura. Também analisa o
número de idosos com internet fixa, como a dona Eny Capello.
Aos 91 anos, a aposentada cuida da casa e dos animais sozinha, e mantém
a mente ativa com a ajuda da web. “Antigamente o idoso ficava ali, num
canto, hoje não. Há estímulos de baile, de saídas, de piquenique, então
eu acho que é muito bom”.
Outro ponto considerado é a habitação. Em São João da Boa Vista, 126
idosos que não possuem casa própria moram de graça em centros de
convivência. Eles não pagam contas de água e luz e cada um tem sua
própria casa com sala, cozinha e banheiro.
“É muito bom o lugar aqui, as casinhas são muito boas, tudo limpinho e
muito bem cuidado”, afirmou a aposentada Celina Batista de Jesus, de 78
anos.
Saúde
Foi o acesso aos serviços públicos e privados de saúde que mais pesou no resultado. O número de fisioterapeutas, médicos nos ambulatórios e psicólogos é considerado suficiente para a cidade.
Foi o acesso aos serviços públicos e privados de saúde que mais pesou no resultado. O número de fisioterapeutas, médicos nos ambulatórios e psicólogos é considerado suficiente para a cidade.
Idosos sem casa própria podem morar em
centros de convivência (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)
centros de convivência (Foto: Eder Ribeiro/EPTV)
“A gente pega desde aquele idoso que está precisando de estímulo,
aquele que não tem moradia, até aquele idoso que precisa de uma
institucionalização”, afirmou a diretora do Departamento de Assistência
Social, Eliane Rossi.
Para o médico geriatra José Almeida Moraes, o cuidado com a saúde é um
dos fatores que explicam a longevidade das pessoas que moram na cidade.
“Tenho pacientes de 80 anos que viajam, vão à praia, vão para Caldas
Novas, então isso cria, gera uma expectativa de vida. Não é aquele idoso
que fica em casa esperando o filho, é um idoso ativo e isso melhora a
qualidade de vida, vão viver mais, com alegria e independência”,
explicou.
A saúde passa também pela socialização. O que não faltam são atividades
físicas e culturais para os idosos se movimentarem e criarem laços de
amizade.
"Eu ficava muito parada dentro de casa, sozinha, os filhos casaram", disse Demerci Nascimento Moreira, de 64 anos.
"Mudou tudo", contou a aposentada Cleci Ferreira Trafani, de 74 anos. "Eu não fazia exercício nenhum".
Como melhorar
A pesquisa também tem o objetivo de oferecer à população informações sobre o que precisa ser melhorado nas cidades. Em São João da Boa Vista, é preciso diminuir o número de mortes por acidentes de trânsito, por picadas de animais peçonhentos, cirrose e suicídio. Outra área que precisa ser melhorada é a segurança.
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