ALEMA

A pobreza é a causa do crime? Os dados mostram que não

 

PoÍícia de Nova Yorque / EUA.

Era de se esperar que os pesquisadores já tivessem resolvido há muito tempo se a pobreza causa o crime. À primeira vista, a resposta parece óbvia. Uma correlação certamente existe: qualquer pessoa que trabalhe no sistema de justiça criminal — ou simplesmente caminhe por um bairro de baixa renda — poderia observar que os pobres são mais propensos ao crime. Mas será que a relação é causal? Como lembra a velha canção de Gershwin, “não necessariamente”.

Se limitarmos a análise aos grandes crimes violentos — definidos pelo FBI como homicídio, homicídio culposo, estupro, roubo e agressão — constataremos que os pobres são, em média, mais perigosos. Mas, como mostrarei, alguns grupos pobres são mais perigosos do que outros. Notadamente, a relação entre pobreza e criminalidade é inconsistente. Se a pobreza causa crime, por que todos os grupos igualmente empobrecidos — por raça, religião, etnia, idade, gênero etc. — não cometem crimes violentos na mesma proporção? O fato de não o fazerem sugere que outros fatores estão em jogo.

Considere alguns dados impressionantes que ilustram a inconsistência entre pobreza e violência. Algumas cidades e países com taxas elevadas de pobreza têm baixos índices de homicídio — e vice-versa. Calcutá, por exemplo, uma das cidades mais pobres da Índia — e, na verdade, do mundo — registrou uma taxa de homicídios de apenas 0,3 por 100 mil habitantes em 2008. Em Déli, por contraste, a taxa foi de 2,9 por 100 mil. No mesmo ano, a muito mais rica Nova York teve taxa de 7 por 100 mil — mais de 23 vezes maior que a de Calcutá.

O Zimbábue, um dos países africanos mais pobres, apresentou a notavelmente baixa taxa de homicídios de 0,5 por 100 mil em 2023. Já a Jamaica, com apenas 16,7% da população vivendo na pobreza, teve a...

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Fonte: Gazeto

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