E AGORA? COMEDORES, AMANTES DO ARROZ DE CADA DIA.
A maneira que você cozinha arroz pode colocar a sua vida – e as das pessoas que comerem o alimento – em risco. Andy Meharg, professor da Universidade de Queens, no Reino Unido, revelou durante um programa da BBC que o arroz pode liberar arsênico se você utilizar um método bem comum de cozimento.
A
técnica tradicional consiste em usar a proporção de duas partes de água
para uma de arroz e ferver o alimento até que todo o líquido evapore.
Após realizar esse processo, Meharg descobriu vestígios de arsênico no
arroz, um elemento químico associado a uma série de doenças, como câncer
e diabetes.
O arsênico é encontrado naturalmente no solo. Por
isso, pequenas quantidades desse produto químico podem infectar o
alimento. Geralmente, os níveis tóxicos são tão baixos que não causam
preocupação às autoridades.
No caso do arroz, no entanto, a
história é diferente. Isso porque, ele é cultivado em plantações
inundadas e esse método faz com que o arsênico do solo entre com mais
facilidade nos grãos. De acordo com a reportagem da BBC, o arroz tem
cerca de 10 a 20 vezes mais arsênico do que outras culturas de cereais.
“A
única coisa que posso comparar (com o ato de comer arroz) é fumar”,
disse Meharg. “Se você fuma um ou dois cigarros por dia, seus riscos
serão muito menores do que os riscos de uma pessoa que fuma 30 ou 40
cigarros diariamente. Depende da dose, quando mais você comer, maior é o
risco.”
O que preocupa o professor não é a quantidade de arroz
que um adulto come, mas quantas porções do grão que crianças ou bebês
ingerem. “Sabemos que os baixos níveis de arsênico podem impactar o
desenvolvimento imunológico, o crescimento e o desenvolvimento do QI.”
Em
2014, a agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA, a FDA,
apresentou uma pesquisa que revelou que os níveis de arsênico em mais de
1.300 amostras de arroz não oferecem risco imediato ou no curto prazo
para a saúde. Contudo, o órgão disse que continuaria a investigar se o consumo do grão poderia causar doenças crônicas.
Apesar
de a pesquisa ser importante para que mais estudos seja feitos sobre o
assunto, isso não significa que você precisa parar de comer arroz. No
programa, o professor também apresentou duas outras maneiras de cozinhar
o alimento para ficar parcialmente livre do arsênico.
A primeira é
usar uma proporção de cinco partes de água para uma parte de arroz e
ainda tirar o excesso de água. Com isso, os níveis do produto tóxico
foram quase reduzidos pela metade. A segunda é deixar o arroz de molho
durante a noite e depois drenar a água. Assim, o grau de toxina é
reduzido em 80%.
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