Violência
As regiões Norte e Nordeste do Brasil concentram 18 das 20 cidades mais violentas do país, mostra levantamento divulgado ontem (5), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa, que contabiliza apenas municípios com ao menos 100 mil habitantes, mostra ainda que o estado de São Paulo tem 14 das 20 cidades menos violentas.
As regiões Norte e Nordeste do Brasil concentram 18 das 20 cidades mais violentas do país, mostra levantamento divulgado ontem (5), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa, que contabiliza apenas municípios com ao menos 100 mil habitantes, mostra ainda que o estado de São Paulo tem 14 das 20 cidades menos violentas.
O
estudo é um desdobramento do Atlas da Violência que destrincha os dados das 310
cidades médias e grandes do país. Para medir o nível de violência, o Ipea se
debruçou sobre a taxa de homicídio por 100 mil habitantes nos municípios
brasileiros no ano de 2017.
Os
números permitem identificar que as cidades mais violentas e menos violentas
apresentam também grande diferença entre os índices de desenvolvimento humano.
Segundo o Ipea, as cidades mais violentas, em geral, têm também números piores
no acesso à educação, desenvolvimento infantil e mercado de trabalho, enquanto
as menos violentas têm indicadores considerados parecidos com os de países
desenvolvidos.
As
cidades mais violentas têm, em média, 60% da taxa de atendimento escolar das
menos violentas, e o percentual de jovens de 15 a 24 anos que não estudavam,
não trabalhavam e eram vulneráveis à pobreza era quatro vezes maior.
A cidade mais violenta do Brasil em
2017 foi Maracanaú, no Ceará,
com 145,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. No ano do estudo, 308
pessoas foram assassinadas na cidade, que fica na região metropolitana de
Fortaleza e tem 224 mil habitantes.
A
capital cearense foi a cidade que teve o maior
número absoluto de homicídios em 2017,
com 2.145 casos, superando até mesmo as cidades populosas do país. O
Rio de Janeiro, que tem mais que o dobro de habitantes de Fortaleza, teve
1.850 assassinatos, e São Paulo, que tem uma população quatro vezes maior, teve
1.011 - menos que a metade.
Após
Maracanaú, a lista de cidades mais violentas continua com: Altamira (PA), São Gonçalo do Amarante (RN),
Simões Filho (BA), Queimados (RJ), Alvorada (RS), Porto Seguro (BA),
Marituba (PA), Lauro de Freitas (BA), Camaçari (BA), Caucaia (CE), Nossa
Senhora do Socorro (SE), Cabo de Santo Agostinho (PE), Marabá (PA), Ananindeua (PA), Fortaleza
(CE), Mossoró (RN), Vitória de Santo Antão (PE), Rio Branco (AC) e Eunápolis
(BA).
A cidade considerada mais pacífica do
Brasil foi Jaú, em São Paulo, com uma taxa
de 2,7 homicídios para cada 100 mil habitantes. A cidade de 146 mil moradores teve apenas quatro assassinatos em
2017. Indaiatuba e Valinhos, também situadas em São Paulo, ocupam o
segundo e o terceiro lugar na lista, que continua com Jaraguá do Sul (SC),
Brusque (SC), Jundiaí (SP), Passos (MG), Limeira (SP), Americana (SP), Bragança
Paulista (SP), Santos (SP), Araxá (MG), Araraquara (SP), São Caetano do Sul
(SP), Tubarão (SC), Mogi das Cruzes (SP), Itatiba (SP), Varginha (MG), Catanduva
(SP) e Sertãozinho (SP).
O
coordenador do estudo, Daniel Cerqueira, avalia que políticas focalizadas em
territórios vulneráveis são a luz no fim do túnel, com iniciativas voltadas
para o desenvolvimento infanto-juvenil e para as famílias mais pobres. Ele
defende ainda um reforço na qualificação policial e a melhora das condições de
encarceramento.
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