O ex-ministro Antonio Palocci e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 24/08/2005 (EVARISTO SA/AFP) |
Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil disse a Sergio Moro que o petista tinha 'pacto de sangue' com a Odebrecht, que envolveu 'pacote de propinas'
Preso na Operação Lava Jato desde setembro de 2016, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci falou como réu ao juiz federal Sergio Moro nesta quarta-feira, no processo que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como acusado de receber 13 milhões de reais em propina da Odebrecht por meio de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e um imóvel que serviria como sede ao Instituto Lula.
Em cerca de duas horas diante de Moro, Palocci incriminou Lula
e afirmou que o petista tinha um “pacto de sangue” com a empreiteira,
que teria lhe rendido um “pacote de propinas”. Na oitiva, o ex-ministro
reconheceu que negocia um acordo de delação premiada com o Ministério
Público Federal.
Veja abaixo dez pontos do depoimento de Antonio Palocci que atingem o ex-presidente:
‘Relação movida a propina’
Ao responder a primeira pergunta formulada pelo juiz federal
Sergio Moro, Antonio Palocci reconheceu ao magistrado que a denúncia do
Ministério Público Federal “procede”, disse ter participado das
tratativas de vantagens indevidas nos governos dos ex-presidentes Lula e
Dilma Rousseff e afirmou que a relação entre os governos petistas e a
empreiteira era “bastante intensa, movida a vantagens dirigidas à
empresa e propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos em forma
de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, em forma de
caixa um e caixa dois”.
‘Pacto de sangue’
Palocci classificou como “pacto de sangue” o acordo entre o
empresário Emílio Odebrecht e Lula, que teria envolvido um “pacote de
propinas” ao petista. O acerto teria sido firmado em 2010, no final do
mandato do ex-presidente no Palácio do Planalto, em função da “tensão”
da Odebrecht com a posse de Dilma Rousseff. A presidente eleita já se
posicionara contra interesses da empresa na construção de hidrelétricas
no Rio Madeira. O ex-ministro disse ter ficado “chocado” com a oferta do
empresário ao ex-presidente, relatada a ele pelo próprio Lula em uma
conversa no Palácio da Alvorada.
R$ 300 milhões à disposição
No encontro na residência oficial da presidência da
República em Brasília, segundo Palocci, o Lula disse a ele que Emílio
Odebrecht lhe prometera, como um dos itens do “pacote”, deixar à sua
disposição 300 milhões de reais para “atividades políticas” nos anos
seguintes ao fim do mandato presidencial. O ex-ministro afirmou ter sido
encarregado pelo petista de tratar sobre os recursos com Marcelo
Odebrecht, que propôs a criação de uma planilha para manejo do dinheiro.
Em uma das primeiras conversas com o empreiteiro, no entanto, Marcelo
alegou engano de seu pai e reduziu o valor a 150 milhões de reais. O
compromisso voltou a ser de 300 milhões de reais depois de reunião entre
Emílio Odebrecht, Lula e Dilma. “O presidente Lula me chama de novo e
fala: ‘olha, o Emílio veio, tivemos uma ótima reunião, ele confirmou os
300 milhões e falou que pode ser mais se necessário”, disse Palocci a
Moro.
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Fonte: Revista Veja On line
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