Por, Fábio Matos
Em
discussão no Congresso Nacional, o voto auditável está longe de ser uma
excentricidade defendida por negacionistas da tecnologia, como fazem crer
muitas lideranças políticas e do Judiciário no Brasil. Ao contrário: a
esmagadora maioria dos países democráticos que utilizam o sistema eletrônico
não abrem mão de um comprovante impresso do voto, para facilitar a recontagem
caso seja necessário. O instrumento é visto como uma ferramenta a mais para dar
maior transparência ao processo eleitoral.
Segundo levantamento publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, além do Brasil,
apenas Bangladesh e Butão (dois paises subdesenvolvidos)adotam a votação por urna eletrônica sem o
comprovante impresso em eleições nacionais. De acordo com a publicação, o
sistema eletrônico foi abandonado pela Namíbia no ano passado, após
questionamentos na Justiça, e o país retornou para as cédulas em papel. Na
Rússia, as urnas eletrônicas sem comprovante impresso foram usadas por apenas
9% do eleitorado na última eleição presidencial, em 2018.
Ainda
de acordo com o levantamento, a maioria dos países que utilizam o sistema
eletrônico, adota as urnas da chamada segunda geração, que imprimem comprovantes
em papel. No Brasil, as máquinas são mais antigas, da primeira geração.
Neste momento, o Congresso trata de uma
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre o voto auditável. O presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, já afirmou
publicamente que é contra a proposta, indicando que não haveria tempo hábil
para a implementação do novo modelo em 2022, além dos gastos elevados para a
compra de novas máquinas. Apenas falácias, daqueles que defendem a falta de transparência no processo eleitoral. Uma vergonha.
Leia também: “Bia Kicis:
Barroso tem discurso ‘sedutor’ contra voto auditável, mas não convence”
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